"Hello, Darkness, My Old Friend".

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Cantoria.

Vontade de cantoria. Muita vontade.
(Esqueço que os meus leitores potenciais provem de São Paulo. Mas, atualmente, mesmo no Nordeste, pouca gente sabe a que me refiro).
Então, explico: a cantoria é praticada pelos poetas repentistas e consiste em entoar, acompanhados pela viola, versos improvisados, sobre os mais diversos assuntos. Existem muitas variações de mote, com métricas diferentes, além de desafios, martelos (agalopados ou não), mourões, e por aí vai. Não vou tentar explicar um assunto que eu mesma não domino tanto.
Minha relação com a cantoria, com a tradição da viola nordestina, data dos meus primeiros meses de vida. Os poetas nordestinos não só improvisam, também compõe poemas cantados. Meu pai usava essas canções para me ninar.
Esta relação era tão forte que, ainda hoje, com vinte anos (preciso me acostumar com a idade nova), nas noites em que eu não consigo dormir, escuto a voz de Pai cantando "O Triste Adeus de um Nordestino" e "O Velhinho do Roçado". Cresci ouvindo os grandes poetas repentistas do Nordeste, depois de grande acompanhei Pai em vários festivais. Fosse ele um homem menos atarefado, não perderia um.
Não vou me estender nessa postagem. Mas vou enviá-la para Pai, ele vai ficar orgulhoso de saber (na realidade, já sabe) que a filha também valoriza e admira a cultura popular nordestina.

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