Trrrrrrrm, trrrrrrrrrrm, trrrrrrrrrm.
Desperto atordoada na penumbra do quarto e me dou conta do celular vibrando sobre a mesinha de cabeceira.
-Droga de celular, qualquer dia me mata de susto.Atendo:
-Oi, Mãezinha.
Do outro lado, a preocupação esfuziante da minha mãe:
-Bom dia, minha filha! Como é que está indo seu trabalho? Você está melhor? Mais calma? Está se alimentando direito? Você sabe o quanto sua mãe fica preocupada quando...
Preocupações despencam como uma tempestade na minha cabeça. Corto:
-Mãe, não quero mais falar sobre esse assunto.
Aconchegada no meu travesseirinho surrupiado da TAM, me preparo para submergir em mais um sono agitado e sem sonhos, desses que agora me reviram as noites, quando recebo mensagem de pai:
"Oi, Nega. Estou me organizando para ir aí te dar um abraço".
Começo a chorar antes de poder responder:
"Pai, não ouse chegar aqui sem trazer doce de leite. Já pedi para mãe fazer. Vou te esperar no aeroporto com uma colher na mão. E também já decidi o que vou querer de presente".
Se meu pai não viesse, talvez eu nem me lembrasse que o meu aniversário já é dia quatro. Será que esse trabalho termina um dia, meu Deus?
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