Ontem, fiquei pensando no quanto é possível aprender com as pessoas ao nosso redor. No conhecimento que a vida nos dá a chance de adquirir, e desprezamos.
Tenho tanto para aprender! Inclusive com pessoas que nunca foram à escola por um dia sequer. Talvez eu nunca consiga alcançar nem um terço da ciência de Rogério - vaqueiro desde a infância. De Chico Leão, que jamais pôs os pés fora do Nordeste e sempre viveu da agricultura. Do falecido Otílio - que via os produtos da modernidade com um assombro ingênuo e sincero de que poucos filósofos seriam capazes.
Sei que não tenho comparação com estas pessoas.
E foi pensando assim que, finalmente, consegui me encontrar em um meio-termo. Sabe, eu gosto de ler Dostoiévski. Mas quão melhor é ler Dostoiévski nos alpendres da minha casa! No sertão, cercada pela aridez deslumbrante - em um lugar onde noções teológicas e filosóficas não são vitais e a vida acontece plena na sua simplicidade.
Quando o livro acaba ou a leitura cansa, posso ficar olhando pro céu, que fica laranja todos os fins de tarde, quando o sol se põe. E ter a certeza de que "a vida é uma agitação feroz e sem finalidade", mas, mesmo assim, há tantas coisas apreciáveis nela, e que são ainda mais bonitas porque não precisam de compêndios científicos.
Isso é viver, minha gente. E viver pode ser tão bom quanto uma manga rosa. Daquelas que você tira do pé e come ali mesmo, na sombra da mangueira. Olhando para os passarinhos, que não são racionais, e entretanto sabem apreciar melhor do que nós uma manga madura.
(Alberto Caeiro, você está me manipulando!)
Tenho tanto para aprender! Inclusive com pessoas que nunca foram à escola por um dia sequer. Talvez eu nunca consiga alcançar nem um terço da ciência de Rogério - vaqueiro desde a infância. De Chico Leão, que jamais pôs os pés fora do Nordeste e sempre viveu da agricultura. Do falecido Otílio - que via os produtos da modernidade com um assombro ingênuo e sincero de que poucos filósofos seriam capazes.
Sei que não tenho comparação com estas pessoas.
E foi pensando assim que, finalmente, consegui me encontrar em um meio-termo. Sabe, eu gosto de ler Dostoiévski. Mas quão melhor é ler Dostoiévski nos alpendres da minha casa! No sertão, cercada pela aridez deslumbrante - em um lugar onde noções teológicas e filosóficas não são vitais e a vida acontece plena na sua simplicidade.
Quando o livro acaba ou a leitura cansa, posso ficar olhando pro céu, que fica laranja todos os fins de tarde, quando o sol se põe. E ter a certeza de que "a vida é uma agitação feroz e sem finalidade", mas, mesmo assim, há tantas coisas apreciáveis nela, e que são ainda mais bonitas porque não precisam de compêndios científicos.
Isso é viver, minha gente. E viver pode ser tão bom quanto uma manga rosa. Daquelas que você tira do pé e come ali mesmo, na sombra da mangueira. Olhando para os passarinhos, que não são racionais, e entretanto sabem apreciar melhor do que nós uma manga madura.
(Alberto Caeiro, você está me manipulando!)
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